Por Tuila Tachikawa
Em abril deste ano foram instalados em Carauari (AM), cinco postos de telessaúde para atender as comunidades rurais do município. A proposta é resultado de uma iniciativa da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e conta com financiamento da empresa JBS. Em um primeiro momento, foram elaboradas pela FAS e JBS, apresentações sobre o programa de telessaúde. As organizações criaram palestras para explicar sobre o funcionamento do projeto e os benefícios que ele poderia trazer, e com o aval das famílias das unidades de conservação, o projeto saiu do papel e se concretizou nas comunidades. As localidades que dispõe dos postos são: São Raimundo, Nova Esperança, Vila Ramalho, Bom Jesus e Xibauá. Cada uma delas também atende às outras comunidades próximas, abrangendo comunidades da Reserva Extrativista do Médio Juruá e da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari.
Os atendimentos funcionam semanalmente, às terças-feiras para atendimento psicológico, às quartas-feiras para consultas com a equipe de enfermagem e às quintas-feiras para as médicas. Todavia, em casos de emergência, o paciente pode recorrer ao posto de telessaúde mais próximo, o gestor de cada posto entrará em contato com os profissionais da área requisitada para atendimento imediato. Vale ressaltar que caso haja mais de um paciente para ser atendido sem horário previamente agendado, o atendimento acontece em ordem de chegada.
Maria Cunha, gestora do posto e moradora da comunidade São Raimundo, conta que o programa foi recebido com muito entusiasmo pelas comunidades. Isso devido ao fato de que antes dele, o deslocamento à cidade para atendimento médico era uma dificuldade constante, e muitas vezes a consulta com os profissionais da saúde eram impedidas por esse motivo. Para ressaltar a importância do projeto, Maria relembra do dia em que uma moradora gestante recorreu a um atendimento médico no posto de telessaúde mediante a um sangramento, o médico a conduziu para a “ambulancha” – ambulância de barco – para realizar uma consulta presencial na cidade de Carauari, onde a paciente, infelizmente, perdeu seu bebê, mas recebeu atendimento, pôde se recuperar e sobreviver ao acontecimento.
A gestora também ressalta o fato de que as consultas com psicólogos, por exemplo, não eram comuns entre os membros das comunidades, na maioria das vezes, devido à falta de acessibilidade a esses médicos. Porém, depois de instalados os postos de atendimento, esses tornaram-se profissionais recorrentemente requeridos. Por esse e outros casos, tanto os integrantes do programa quanto os usuários deste, vêem com bons olhos o período em que o projeto atuou até então, e esperam que a continuidade deste traga para todas as comunidades um aumento na qualidade de vida e maior acesso aos sistemas de saúde.