Comunicação

Exposição Bordas do Corpo: A  Amazônia no Espaço das Artes da USP

A exposição apresentou obras em videoarte, fotografia, performance e paisagens sonoras que investigaram, por meio do corpo, a crise contemporânea entre o ser humano e a natureza. A exposição propôs um mapeamento sensível da perda de equilíbrio ecológico, provocando reflexões críticas sobre as mudanças climáticas e a vulnerabilidade ambiental.

Por: Jorge Pimentel

Durante o mês de junho de 2025, o Instituto Juruá, por meio da minha atuação como estagiário em Produção Audiovisual, integrou a equipe de produção da exposição Bordas do Corpo, realizada no Espaço das Artes (EdA), antiga sede do Museu de Arte Contemporânea da USP – Universidade de São Paulo. A exposição foi idealizada pela artista e pesquisadora Sonia Guggisberg, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP (PPGAV/ECA-USP), e apoio institucional do Instituto Juruá.

Essa vivência me proporcionou um contato intenso com os bastidores de uma exposição de arte contemporânea e me permitiu desenvolver habilidades em produção cultural, mediação artística e documentação audiovisual e fotográfica. Também aprofundei minha compreensão sobre temas como corpo, território e crise socioambiental, refletidos nas obras e nas interações com o público e os artistas.

Carrossel de fotos: foto 1 – processo de captação de imagens para o documentário; foto 2 – Roda de violão e pessoas manuseando os instrumentos presentes na exposição do artista Eliberto Barroncas; foto 3 – Imagem que mostra parte da exposição Bordas do Corpo. Autoria: Sonia Guggisber.

Arte como ferramenta de engajamento socioambiental

Acredito que as práticas artísticas vivenciadas durante a exposição, têm grande relevância para iniciativas como as desenvolvidas pelo Instituto Juruá. Ao promover escuta, expressão e mobilização, a arte se mostra uma aliada poderosa nos processos de educação ambiental, valorização dos saberes locais e fortalecimento do diálogo entre ciência, cultura e comunidades amazônicas. Essa experiência reforçou minha convicção sobre o papel transformador da arte em contextos de atuação socioambiental.

Foto: Jorge Pimentel na exposição fotográfica performática. Autoria: Sonia Guggisber.

As artes têm um papel fundamental na sensibilização das pessoas frente às mudanças climáticas e relação com a natureza. Ao traduzir questões complexas em experiências sensíveis e simbólicas, a arte nos aproxima emocionalmente de temas que muitas vezes parecem distantes ou abstratos. Durante a exposição Bordas do Corpo, pude perceber como performances, vídeos e instalações provocaram no público reflexões profundas sobre a relação entre corpo, território e natureza. Através da linguagem artística, torna-se possível acessar dimensões afetivas, estimular o pensamento crítico e criar espaços de empatia e escuta, contribuindo de forma potente para a conscientização e o engajamento diante das urgências ambientais do nosso tempo.

As atividades artísticas desenvolvidas na exposição Bordas do Corpo dialogam diretamente com os princípios e ações do Instituto Juruá, especialmente no que se refere à valorização dos saberes locais, à promoção de narrativas sensíveis sobre os territórios amazônicos e à mobilização comunitária em torno da conservação socioambiental. A experiência com oficinas de performance, mediação cultural e produção de exposições permitiu compreender como a arte pode ser uma ferramenta poderosa de escuta, expressão e construção coletiva, fortalecendo processos de educação ambiental, comunicação territorial e engajamento das populações ribeirinhas.

Jorge Pimentel interagindo energeticamente com a exposição Bordas do Corpo e os instrumentos performáticos. Autoria: Sonia Guggisber.

Em alinhamento com a pesquisadora Guggisber e a diretoria do IJ, enxergamos como possibilidade futura: a comunicação territorial e o engajamento das populações ribeirinhas através de processos artísticos e da valorização dos saberes e fazeres culturais. Essas práticas contribuem para ampliar os canais de diálogo entre a ciência, a arte e as comunidades, potencializando estratégias participativas criativas que já fazem parte do trabalho do Instituto Juruá.

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