Por Bernardo Oliveira
A luta por políticas públicas que atendam a população do Médio Juruá é antiga. Ela teve início antes da criação das unidades de conservação RDS Uacari e RESEX Médio Juruá, quando os moradores das comunidades locais se articularam e se uniram em organizações que conquistaram, além da criação das reservas, a possibilidade de viabilizar cadeias produtivas que antes eram pouco exploradas e atualmente são fontes de renda importantíssimas para o sustento dessas pessoas.
Hoje, uma das protagonistas nessa luta é a Associação Ambiental, Extrativistas, Pescadores e Produtores Rurais de Itamarati (AAEPPRI). A associação nasceu na comunidade Walterburi com apenas 12 associados que traziam consigo a ideia de promover a conservação da biodiversidade, o uso dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentável na região. A AAEPPRI conta agora com 211 associados de diversas comunidades do município de Itamarati, AM.
A organização apoia quatro tabuleiros para a conservação de quelônios em diferentes comunidades e está começando a implementar o manejo do pirarucu em sua área de atuação, além de trabalhar a educação ambiental com seus associados. Sua luta, junto ao poder público e a sociedade civil, é por direitos: à renda, a um ambiente saudável e conservado e a uma vida digna para moradores de comunidades do interior do Amazonas.
A união da população ribeirinha da região em organizações como a AAEPPRI foi e ainda é fundamental para o desenvolvimento sustentável e a conservação da Amazônia. É indispensável que nossos governantes escutem essas organizações e tomem decisões baseadas nas demandas que elas trazem, para que a Amazônia cresça de forma saudável e se desenvolva envolvendo os moradores dessas comunidades rurais em projetos que tenham como objetivo a exploração sustentável dos recursos naturais da floresta.