Por João Vitor Campos-Silva
Esse ano foi dado um passo importante para o empoderamento das comunidades locais na proteção de seus territórios. A ideia é que no futuro, o manejo do pirarucu seja expandido para comunidades rurais do município de Itamarati. Este trabalho foi iniciado há quatro através de reuniões com as comunidades e mobilização social na região. No ano passado, foram mapeados cerca de 150 lagos que irão compor o acordo de pesca, etapa fundamental que garante o zoneamento pesqueiro. Em outubro, a equipe do Instituto Juruá, associações locais e 25 comunidades do município de Itamarati iniciaram a contagem de pirarucu nos lagos escolhidos pelas comunidades.
No total, foram contados 2528 pirarucus em 30 lagos. Nos próximos anos, essas comunidades passarão por um intenso processo de capacitação que contará com a colaboração de comunidades já experientes e associações locais do Médio Juruá, como a ASPROC (Associação de Produtores Rurais de Carauari) e a AMARU (Associação dos Moradores Agroextrativistas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari). A idéia é que em um futuro próximo, todas as comunidades do rio Juruá estejam empoderadas a proteger seus lagos de forma autônoma, garantindo segurança alimentar e geração de renda para os moradores locais através da pesca sustentável do pirarucu e de muitas outras espécies.
