Comunicação

I Oficina de Contagem de Pirarucu para Mulheres é realizada no Médio Juruá

Com a capacitação, mulheres poderão participar da etapa de contagem de indivíduos, que antecede a pesca nos lagos, até então dominada por homens.

Por Raqueline Nery, Quilvilene Cunha e Ana Carla Rodrigues

A Associação das Mulheres Agroextrativistas do Médio Juruá (ASMAMJ) em parceria com o Instituto Juruá, realizou nos dias 5 e 6 de novembro a I Oficina de Contagem de Pirarucu exclusiva para Mulheres do Médio Juruá, na comunidade Xibauazinho. Estiveram presentes 41 mulheres representantes das comunidades Novo Horizonte, Imperatriz, Barreira do Idó, São Raimundo, Morada Nova, Toari, Xibauá, Vila Medeiros e Xibauazinho, contando também com a participação de quatro mulheres indígenas da Aldeia Bauana e duas da Comunidade São Brás, do Município de Itamarati.

O processo de mobilização para a oficina se deu através de convite feito durante a Assembleia da ASMAMJ, com a inscrição das participantes, e via radiofonia para as comunidades que não estavam presentes na Assembleia. O barco saiu da sede do município e realizou paradas nas comunidades ao longo do rio, levando as participantes até o local da oficina, totalizando 48 horas de viagem e percorrendo cerca de 450 km de rio.

Foto: Hugo Costa

A oficina de contagem é uma demanda das mulheres do Médio Juruá que foi construída durante o Planejamento Estratégico da Associação na Assembleia Geral Ordinária no ano de 2019. E graças à parceria firmada com o Instituto Juruá, a Associação recebeu a doação financeira para custear 100% das despesas da Oficina, e durante os dias de atividade pudemos contar com o apoio da equipe do Instituto.

O objetivo foi o empoderamento feminino na cadeia do pirarucu manejado, garantindo a autonomia, igualdade de gêneros e geração de renda para mulheres. Esta atividade foi um marco para a região amazônica, pois a cadeia do pirarucu sempre foi marcada pela presença e domínio masculino e, através da oficina, as mulheres do Médio Juruá foram capacitadas para ampliar e ter autonomia em mais um dos processos do manejo: a contagem de indivíduos nos lagos protegidos que antecede a pesca.

Foto: Hugo Costa

A oficina foi dividida em três etapas, iniciando o primeiro dia com a aplicação de metodologia teórica sobre a contagem, seguido de uma aula prática para análise dos ambientes habitados pelos pirarucus. O curso foi finalizado com avaliação e certificação das participantes. A oficina obteve um resultado grandioso, pois através da avaliação, a maioria das mulheres obtiveram excelentes médias de aprovação. Devido ao grande sucesso da oficina, a ASMAMJ planeja replicar a atividade em outras comunidades que são envolvidas com o manejo em toda a região amazônica, ampliando a participação feminina no manejo do pirarucu.

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