Comunicação

Olimpíadas da Floresta reúne jovens de 44 comunidades do Médio Juruá para momentos de integração por meio do esporte

As crianças e adolescentes competiram e brincaram em diversas modalidades esportivas

Por Bernardo Oliveira

A união é um conceito muito valorizado entre as comunidades ribeirinhas do Médio Juruá. De uma forma geral, comunitários de diferentes famílias se reúnem para fazer farinha, construir casas, realizar o manejo do pirarucu. E foi a possibilidade de promover a união entre jovens ribeirinhos de diferentes locais que motivou a realização da segunda edição das Olimpíadas da Floresta, que reuniu cerca de 700 pessoas de 42 comunidades da região na comunidade Pupuaí, entre os dias 12 e 15 de novembro.

Foto: Bernardo Oliveira

O evento foi um momento de integração e garantia dos direitos das crianças e adolescentes ribeirinhos da Amazônia, por meio do esporte e lazer. Os 400 jovens, entre 10 e 17 anos, foram divididos em 10 pólos, cujos nomes representavam produtos da sociobiodiversidade como farinha de mandioca, açaí, andiroba, mel de abelha ou espécies importantes da região como pirarucu e tambaqui. Cada polo incluía crianças de diferentes comunidades, que competiram em modalidades esportivas como tiro com arco, vôlei, futebol, lançamento de dardos e corrida.

As instituições organizadoras do evento foram a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amazonas (SEMA/DEMUC), o ICMBio, a Prefeitura de Carauari e as associações AMARU, AMECSARA e ASPROC. A realização fez parte das ações do programa DICARA, Programa de Desenvolvimento Integral das Crianças e Adolescentes Ribeirinhos da Amazônia, que promove melhorias na qualidade de vida de jovens da Amazônia por meio de atividades como as olimpíadas.

Foto: Bernardo Oliveira

Enoque Ventura, Supervisor de projetos da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) afirma que todos os envolvidos avaliaram o evento como uma possibilidade de garantir e fortalecer os direitos à cidadania das crianças e adolescentes.

“Foram momentos prazerosos, ainda mais por ter acontecido em uma situação delicada, devido a pandemia. Além de tudo, nosso planejamento saiu sem nenhum contratempo. Tudo funcionou devido ao envolvimento das comunidades, que sempre acreditam em nossos trabalhos.”, conta.

O evento representa uma conquista das organizações de base local, ele é fruto da organização comunitária dessas associações, além de ser um modelo de trabalho sustentável e apoio ao fortalecimento da biodiversidade da região. Foram muitas as falas de jovens ribeirinhos valorizando a luta pela proteção de seu território, pela conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Enoque espera um futuro ainda melhor para eventos do tipo na região. “Penso que a cada evento podemos aprimorar a organização e inovar em novas modalidades, sempre buscando o bem estar de todos os envolvidos, além de fortalecer a autonomia das crianças e adolescentes e promover a integração entre as comunidades ribeirinhas. Durante a premiação, fiquei emocionado com a comemoração do Polo campeão”

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