O Instituto Juruá acredita que a integração entre pesquisa científica, conhecimento tradicional e protagonismo local são fundamentais para assegurar um futuro mais sustentável e justo para a Amazônia. Nosso programa de pesquisa tem se concentrado principalmente na conservação e manejo sustentável de recursos naturais de caça, pesca e produtos florestais pelas comunidades ribeirinhas.
Utilizamos técnicas de pesquisa multidisciplinares para avaliar o valor da conservação e os benefícios socioeconômicos e culturais gerados pelo manejo comunitário e áreas protegidas de uso sustentável e terras indígenas.
Nosso objetivo é produzir estudos científicos de qualidade para dar suporte às atividades protagonizadas pelas comunidades tradicionais em conservação da biodiversidade, soberania alimentar, geração de renda e melhoria na qualidade de vida.
Membros do Instituto Juruá vem desenvolvendo pesquisas básicas e aplicadas há mais de 30 anos na Amazônia. Compreender a ecologia da maior floresta tropical do mundo é um grande interesse dos pesquisadores do Instituto Juruá. Por meio de colaborações, desenvolvemos pesquisas dentro dos nossos grupos de pesquisas nas quais englobam diversas linhas temáticas descritas a seguir.
A distância entre a produção científica e a sociedade pode levar a desinformação, formulação de conceitos distorcidos e até mesmo o completo desinteresse pela ciência. Uma parte importante desse abismo está na linguagem. Por isso, nosso programa de divulgação científica busca aproximar a ciência produzida no Instituto Juruá do público interessado e dos moradores das comunidades envolvidas.
Além de conceitos científicos, também divulgamos o histórico de luta e as ações do movimento social do território Médio Juruá, que é o principal aliado de toda a produção científica do Instituto Juruá.
Dentre nossas ferramentas de divulgação científica, estão:
Compreender as interações entre os animais e o ambiente em que vivem é fundamental para a conservação da biodiversidade e o manejo adequado dos ecossistemas. O Instituto Juruá investiga os padrões e processos ecológicos que afetam a distribuição, abundância, comportamento e adaptações dos animais.
Nossas pesquisas abrangem uma ampla gama de tópicos, como a ecologia populacional, que estuda as dinâmicas das populações de animais, a ecologia de comunidades, que explora as interações entre diferentes espécies em um ecossistema, e também o estudo das interações entre espécies, como o estudo da dieta dos animais, as estratégias reprodutivas, os padrões de migração, as interações predador-presa, a influência de fatores abióticos no comportamento e na distribuição das espécies, entre outros.
Para isso, contamos com o apoio das comunidades tradicionais e utilizamos uma variedade de métodos de pesquisa, incluindo observação direta, captura e marcação de animais, técnicas de rastreamento por GPS, e análises de dados genéticos.
Algumas das pesquisas atuais que estão sendo desenvolvidas no Médio Juruá incluem:
Assim como investigar as relações da fauna é peça-chave para conservação dos ecossistemas, entender o funcionamento das florestas também é fundamental para o manejo da biodiversidade. O Instituto Juruá investiga as dinâmicas ecológicas das diversificadas florestas que compõem a Amazônia: Florestas de terra-firme, florestas de igapó e florestas de várzea.
Nossas pesquisas nesta linha temática integram os dados ecológicos com informações sobre o uso tradicional das florestas, para garantir conservação associada ao uso sustentável dos recursos naturais, promovendo a coexistência harmoniosa entre as atividades humanas e a natureza.
Algumas das pesquisas atuais que estão sendo desenvolvidas no médio Juruá incluem:
O Instituto Juruá é uma organização de ciência aplicada, portanto a maioria das pesquisas tem como pano de fundo aspectos importantes para a conservação da biodiversidade e dos modos de vida tradicionais.
Um dos carros-chefe do Instituto Juruá é o desenvolvimento de um modelo de conservação em escala de bacia hidrográfica, que contemple o rio Juruá por completo, integrando as comunidades rurais localizadas em áreas protegidas e terras indígenas, e as comunidades que vivem fora dessas áreas.
Dentre os temas abordados, destacam-se:
Compreender a interação entre os fatores ambientais e humanos que moldam as complexas interações entre os sistemas sociais e ecológicos e buscar soluções para os desafios socioambientais é um dos interesses do Instituto Juruá. A socioecologia enfoca como os sistemas sociais e ecológicos interagem e como essas interações afetam o bem-estar humano e o meio ambiente. Isso inclui o estudo de temas como a relação entre os sistemas extrativistas e os ecossistemas, a influência do manejo dos recursos naturais na biodiversidade, a dinâmica de populações humanas e animais selvagens, a gestão e conservação de recursos naturais, a equidade de gênero e conservação da natureza, a governança territorial e proteção ambiental, entre outros. É uma abordagem que considera que as sociedades humanas são parte integrante do meio ambiente e que a forma como as pessoas interagem com o ambiente afeta e é afetada pelas condições ecológicas. Dentro desse contexto, desenvolvemos os seguintes tópicos de pesquisa:
Bioeconomia é um termo que vem sendo bastante utilizado na Amazônia e no mundo e, por possuir diferentes conceitos, acaba gerando também diferentes entendimentos. Para nós, a maioria dos conceitos vigentes não contempla a complexidade social e cultural da Amazônia, portanto, preferimos utilizar o termo socio-bioeconomia Amazônica. Entendemos por socio-bioeconomia Amazônica um conjunto de práticas de exploração do capital natural que garanta:
Nas cadeias produtivas da socio-bioeconomia Amazônica, as populações tradicionais acabam prestando uma série de serviços ambientais que não são remunerados e, muitas vezes, não reconhecidos pela sociedade, pelo setor público e até pela academia. Portanto, nesta linha de pesquisa pretendemos identificar e valorar os serviços ecossistêmicos promovidos pelas comunidades tradicionais que participam de cadeias produtivas para que sejam reconhecidas pela sociedade e remuneradas justamente através de mecanismos de pagamentos por serviços ambientais.