Pela primeira vez, monitores de tabuleiros de três municípios do rio Juruá se reúnem para trocar experiências e avançam em protocolos de conservação
Por Karina Pinheiro e Clara Machado
Nos dias 1 e 2 de junho aconteceu a Oficina Intermunicipal de Monitores de Praia de Conservação de Quelônios da Calha do Rio Juruá, na base do Campina, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari.
Organizado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio do projeto Pé-de-pincha, o objetivo da oficina foi incentivar a conservação das áreas de preservação das praias de desova de quelônios, os chamados “tabuleiros”. No Médio Juruá, são 19 tabuleiros protegidos dentro das Unidades de Conservação.
O encontro de monitores é um evento anual, para compartilhar os dados das atividades de conservação das praias e traçar estratégias em conjunto. Porém, neste ano, pela primeira vez, o encontro foi integrado entre os municípios de Itamarati, Juruá e Carauari.
A reunião dos monitores dos três municípios proporcionou uma troca de experiências inédita, onde os representantes de cada tabuleiro relataram as principais conquistas, desafios e necessidades, integrando as diferentes realidades ao longo do rio.
O evento também contou com apresentações dos parceiros institucionais como a SEMA, o ICMBio, IBAMA, Projeto Pé-de-pincha, Associação de Moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari (AMARU) e Instituto Juruá.
“A nossa principal contribuição enquanto Instituição vai no sentido de melhorar as condições de trabalho e dignificar o papel do monitor de praia”, diz o coordenador de Práticas em Conservação do Instituto Juruá, Eduardo Von Mühlen.
Durante a oficina, Eduardo Mühlen apresentou a proposta de uma campanha global de arrecadação coletiva para angariar fundos a serem investidos no trabalho de conservação de praias de desova de quelônios. O valor arrecadado na futura campanha será direcionado a investimentos em infra-estrutura das praias para abrigar os monitores e na remuneração digna para este trabalho, garantindo a segurança dos monitores e de suas famílias durante os meses que as praias precisam de proteção.
“A ideia é trabalhar com a campanha coletiva com os outros parceiros para que no futuro esse trabalho possa ser remunerado e que as pessoas possam ter melhores condições de trabalho e um salário digno”, acrescenta Eduardo.
A perspectiva é de que o encontro intermunicipal ocorra regularmente. “Foi muito bacana ver todo mundo integrado e ver todo esse esforço de proteção em escala de bacia, e conseguimos estabelecer um protocolo de coleta de dados que unifique essas diferentes realidades nesses três municípios”, finaliza Eduardo.
O evento contou com o apoio e participação da Associação de Moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari (AMARU), a Associação de Moradores da Comunidade São Raimundo (AMECSARA), a Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC) e as Prefeituras de Carauari, Itamarati e Juruá.
